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O ensino durante a pandemia no Brasil: um ano perdido?

Em março de 2020 foi decretada oficialmente a paralização de alguns órgãos no Brasil, entre estes as instituições de ensino, iniciando primeiramente pelo Estado de São Paulo, depois disto os outros Estados da Federação brasileira, que são 26 Estados e 1 Distrito Federal, foram tomando ações de paralisação gradativamente.

​Com o Decreto Lei nº 64.864, de 16/3/2020 – Suspensão das aulas, do Estado de São Paulo, no dia 23 de março de 2020, 100% das atividades presenciais ficaram suspensas.


Marcos dos Santos, Diretor da CEIN Brazil

Com o objeto de que as aulas retornassem em abril de 2020 algumas resoluções como medidas foram tomadas, como a Resolução Seduc 44, de 20/4/2020 – Reorganização e replanejamento do calendário e atividades escolares que visava preparar a equipe escolar para o retorno às aulas dos 3,5 milhões de alunos no dia 27 de março de 2020 e que os professores e gestores das escolas estaduais participariam durante 3 dias do replanejamento escolar. Para isso a Coordenadoria Pedagógica e a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação elaboraram um documento conjunto para orientar as escolas dentro do Estado de São Paulo. Porém, a pandemia insistia em permanecer e foram obrigados em continuar com a suspensão das aulas presenciais e tomar outras medidas, entre elas a utilização da internet e das redes sociais.

Na volta às aulas ainda foram distribuídos kits com material impresso contendo apostilas de Matemática e Língua Portuguesa, gibis da Turma da Mônica, livros paradidáticos e manual de orientações às famílias e do Centro de Mídias.

Porém, mesmo com estas ações não se obteve o resultado que talvez correspondesse com as expectativas dos gestores, professores, prefeito e até do governador devido nem todos estudantes terem acesso à internet, ou mesmo nem terem equipamentos e ferramentas necessárias para a conexão, como por exemplo um celular; havia até mesmo os que nem tinham condições financeiras, como arcar com mensalidades de provedores. Em pesquisa realizada pelo DataFolha, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, realizada no período de 11 a 20 junho de 2020, 43% dos alunos não conseguiam acompanhar as aulas. Entre a população de baixa renda, este temor foi ainda maior, 60% dos estudantes receavam não conseguir acompanhar as atividades e 53% o ritmo das aulas.

Conforme site Todos Pela Educação “Recuperar o atraso na aprendizagem é possível com as ferramentas pedagógicas certas, mas quanto maior o tempo até a retomada da rotina escolar, mais desafiador será o preenchimento das lacunas, especialmente para os mais pobres”.

Neste contexto, sendo eu um professor, fui obrigado também a me readaptar e de certa forma corresponder as expectativas de meus alunos, e confesso que minha intenção maior foi e continua sendo a de não deixar ninguém para traz. Nesta realidade de ensino remoto, eu percebendo as dificuldades de alguns alunos, repetia com entusiasmo cada ensinamento quantas vezes fosse necessário, fazendo com que cada um deles se sentisse especial e, além disto, motivados.


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